terça-feira, 29 de abril de 2008

Taça de Portugal de DHI #4 - Fafe

Depois da tempestade na semana passada, que levou ao adiamento da 3ª etapa da Taça de Portugal, não seria fácil imaginar um autêntico cenário de Agosto para esta etapa de Fafe. Foi então num fim-de-semana de muito sol e temperaturas a rondar os 30 graus, o que não fez com que os atletas deixassem de aparecer em grande número. Em relação ao traçado, como seria de prever com as fortes chuvas que haviam caído recentemente, este foi apenas “retocado” em alguns pontos mais degradados, mantendo-se inalterado em relação ao ano passado, sendo a alteração mais notada a alteração da recepção do salto final, agora bastante mais suave.

Logo nos treinos de sexta feira, tivemos uma baixa importante no que toca aos pilotos mais rápidos, com Ivo Padilha a cair numa zona perigosa da pista e que ainda não estava devidamente protegida, acabando por deixar um joelho um pouco maltratado, impedindo-o de participar na corrida.

Depois do sol abrasador de sexta e sábado, previa-se um dia de corridas intenso e desgastante, numa pista bastante técnica e exigente fisicamente, criando a expectativa que poderiam haver novos intervenientes na luta pela vitória nas várias classes.

Assim na classe de Promoção tivemos novos atletas no pódio, com Gonçalo Amaral a levar a sua Commençal ao primeiro posto, com o tempo de 2:35:780, deixando José Carneiro a mais de 3s. No terceiro posto ficou Pedro Seco, com o tempo de 2:40:240, completando assim o pódio da classe.

Nos Master 40, Carlos “Camané” Lopes começa a ganhar o gosto das vitórias, apesar da disputa até final com Francisco Salgueiro. Com uma segunda manga bastante rápida Camané venceu com pouco mais de 4s sobre o Homem do Avalanche, que conquistaria o segundo e terceiro lugar da classe, através do seu colega de equipa Paulo Martins, a pouco mais de 12s do vencedor.

Na classe de Master 30, depois das disputas intensas das provas anteriores, havia também a presença de novos intervenientes, pois estavam presentes vários espanhóis bastante rápidos e que poderiam baralhar as contas na classe, sendo para já uma das mais competitivas do nosso campeonato. Motivado por esta competitividade e vários candidatos aos lugares cimeiros da classe, José Sousa da equipa Commençal/ SRAM, apareceu em grande forma para vencer com um tempo 2:27:290, o que lhe deu também o 8º melhor tempo da geral, deixando o segundo classificado, Diogo Amaral, a quase 5s, mostrando que também tem andamento para os lugares cimeiros. No terceiro posto tivemos o Espanhol Marcos Balbuena, da equipa Devinci / Michelin, a pouco mais de 1s do segundo posto.

Nas senhoras tivemos 9 atletas presentes, mas ainda durante o dia de sábado Jullyana Santo ficaria de fora da corrida depois de uma queda logo no penedo inicial. Desta forma a atleta Áurea Agostinho, da equipa Bikezone / Scott / ADA, levou de novo a melhor, com o tempo de 2:54:670, deixando a Grega Maria Michalogiannaki a pouco mais de 13s. Em terceiro ficaria a Espanhola Ainhoa Fontan, com 3:37:840.

Nos Cadetes Frederico “Kiko” Pereira do team Commençal / SRAM voltou ás vitórias, acabando com o tempo de 2:32:360. João Pinto da equipa Restauradores da Granja, que havia vencido a etapa do Turcifal, não conseguiu vencer em casa, ficando a menos de 1s de Kiko. No terceiro posto ficou novamente José Silva, mas já a mais de 5s do vencedor.

Na classe de Juniores tivemos a primeira vitória do ano para Joel Ferreira, da equipa Bikezone / Scott / ADA, com o tempo de 2:24:500, que lhe deu também um excelente 6º lugar á geral. No segundo posto ficou Pedro Rodrigues da AutoPortucalense / GlobalBike, a mais de 6s do vencedor. Estreando-se no pódio da classe, Francisco Pardal do Team Mondraker terminaria com 2:32:240, neste que é o seu primeiro ano na classe. José Borges do team Commençal / SRAM não iria além do 5º posto, o que relançou as contas do campeonato, onde se prevê uma luta intensa para os primeiros lugares até ao fim da competição.

A classe de elites fazia prever uma prova muito disputada e onde seria interessante ver até que ponto o factor psicológico iria influenciar a luta Loureiro / Pombo, pois no ano anterior vimos nesta prova a primeira vitória de Pombo, que talvez por essa razão se mostrou bastante confiante e motivado durante o fim-de-semana. Por esse motivo não foi de estranhar o melhor tempo da primeira manga para o atleta da Run & Bike, com 2:18:380, deixando Loureiro a mais de 1,5s de diferença.

Com a pista a ficar bastante degradada a cada passagem, tivemos de esperar até final para assistir ao culminar de mais um duelo entre os primeiros classificados. Renato Ventura do Team Berg Cycles faz uma segunda manga muito forte para terminar com 2:18:730 e conseguir o 2º melhor tempo das duas mangas, o que deixava Cláudio no terceiro posto provisoriamente. Mas este, com um ritmo fortíssimo consegue baixar o tempo da primeira manga de Emanuel Pombo para terminar com 2:18:090, quando faltava apenas Pombo descer. No último crono este não consegue melhorar o seu primeiro registo e desta forma Cláudio Loureiro, da equipa Bikezone / Scott / ADA, conseguiu manter a invencibilidade esta época, embora os três primeiros tenham ficado separados por pouco mais de meio segundo, mostrando a luta renhida e a emoção com que o muito publico presente ao longo da pista viveu as emoções finais de mais uma etapa da Taça de Portugal de DH.

Grande prova, muito calor, muita emoção, apenas uma referência para mais uma vez as pessoas andarem um pouco á deriva no que toca ás diferentes interpretações e decisões dos diferentes comissários e organizações, neste caso a questão da obrigatoriedade do uso de colete integral, quando na primeira e segunda etapa da mesma competição isso não tinha sucedido, o que fez com que vários atletas se vissem impedidos de participarem na primeira manga por falta desse equipamento.

Seria de todo bem-vindo um regulamento interpretado por todos da mesma forma, onde cada um soubesse exactamente com o que contar. Por outro lado faço mea culpa ao facto de não ter estado presente na reunião de sábado, onde dúvidas como estas podem e devem ser esclarecidas, pese embora este problema nunca tenha sido colocado e muita gente, por sua conta e risco, opte por andar só com espinha e cotoveleiras.

Parabéns a todos pelo grande fim-de-semana e até Ribeira de Pena.




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